O dia em que falhei em ser humano

Que todos somos egoístas, já sabemos. Mas o que fazer quando VOCÊ em especial, sempre cortês no ônibus, cedendo o seu lugar para um idoso, uma grávida ou mãe com bebê de colo, deixa de fazê-lo?

Me questiono agora, neste exato momento enquanto escrevo, pois acabei de passar por essa situação.
"O individualismo humano quebrou mais uma barreira social", pensei. "Cag**i para a educação", falei pra mim mesmo. Nunca, mas nunca mesmo, havia cometido tamanha falha.
Como foi? Bem, uma moça com seu filho (talvez com alguma deficiência, não sei, pois não prestei atenção), embarcou no ônibus e sentou-se ao meu lado. "Perfeito, agora o guri senta no colo dela", pensei. Pensei mesmo.

Estava errado. O guri sentou-se na poltrona da frente enquanto eu, no meu êxtase ouvindo música e jogando no celular, fiquei imóvel, vendo isso como se fosse um curta-metragem.
Resultado: um policial militar que estava no ônibus levantou-se e cedeu seu lugar para ela e o filho sentarem-se um do lado do outro.

"Ah, mas não fez mais que a obrigação como servidor do estado" você vai pensar. Discordo porém, por um simples motivo.
Infelizmente a natureza humana nos leva ao individualismo. Não nos importamos com nada nem ninguém. Pensamos apenas no nosso próprio umbigo, cuidamos apenas do que é nosso, não dando a mínima para mais nada. Talvez seja por isso que a humanidade esteja como está atualmente. Pessoas fomentando pelo próprio bem estar e pouco se importando com os alheios.

Vamos fazer um trato? Sempre que pudermos, vamos ajudar uma pessoa que está próxima.
Uma idosa a atravessar a rua ou fazer compras no mercado (a.k.a ler letrinhas miúdas ou pegar algo que está muito alto ou baixo em uma prateleira).
Um mendigo na rua, pedindo pão. Compre pão, mortadela e um suco. Você não sabe, mas pode estar dando uma refeição completa que há muito ele não consome.
Vamos ceder o lugar no ônibus, trem, metrô, sei lá. Vamos ser Mair solidários. Vivemos em uma sociedade, como "sócios" da cidadania e da educação. Infelizmente essa sociedade vai mal das pernas.
Isso é perigoso. Nossa sociedade corre risco. Já pensou se o ser humano falha em ser humano? É assustador.

24 de junho de 2019